Escrito por: Assessoria CUT

NOTA DE APOIO DA CUT A GREVE SANITÁRIA

Essencial é a Vida!

A Central Única dos Trabalhadores externa todo seu apoio aos trabalhadores e trabalhadoras em educação de Rondônia, que neste momento de crise sanitária estão enfrentando o covarde ataque contra suas vidas, com a imposição das voltas às aulas presenciais por exigência do Governo de Rondônia. Com a condição da assinatura de um termo de responsabilidade em que os pais ou responsáveis, assinalam estar cientes dos riscos, o Poder Público não deixa claro de que forma atuará nos casos em que houve transmissão comunitária do vírus nas instituições de ensino. Ou seja, coloca em maior exposição ao vírus os profissionais em educação, os alunos e a comunidade, e se isenta de suas responsabilidades.

 

O retorno das aulas presenciais é precipitado uma vez que novas variações do Coronavírus surgem, como por exemplo a denominada Delta, que pode ocasionar a casos mais graves da Covid-19 entre não vacinados. Ao promover maior exposição de crianças e adolescentes, público não incluído na campanha de vacinação e, portanto, não imunes ao novo coronavírus, contribui para que haja uma nova onda de contaminação no Estado.  Destaca-se também a necessidade de adequações nas estruturas físicas das escolas, com cumprimento dos protocolos de biossegurança, orientados pelas autoridades sanitárias que atuam no combate à Covid- 19 e, que incluem manutenção dos ambientes ventilados, distanciamento social respeitando a distância mínima de 1,5 metros entre as mesas e cadeiras, limpeza constante de móveis e superfícies das escolas, entre outros.

 

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia - SINTERO enquanto entidade representativa e sindicato filiado à CUT, tem importante papel na defesa dos interesses da categoria. Além disso, contribui há mais de 32 anos no desenvolvimento da sociedade de forma extra profissional. Diante de toda a trajetória de luta e conquista deste sindicato, esperava-se que o mesmo fosse convidado para dialogar sobre a pauta da volta às aulas presenciais e que houvesse maior envolvimento da população na construção do Plano de Operacionalização do Retorno às Aulas Presenciais. No entanto, a construção coletiva não ocorreu.

 

Após deliberação aprovada em assembleias realizadas nos dias 28, 29 e 30 de julho, os trabalhadores e trabalhadoras em educação deliberaram pelo não retorno das atividades presenciais na Rede Pública de Ensino, que tem data marcada para o dia 09/08. O movimento intitulado como "Greve Sanitária", visa defender a vida e inicia-se a partir de hoje, segunda-feira (02/08). A principal reivindicação é para que as aulas presenciais retornem somente a partir do dia 15 de outubro, quando os/as trabalhadores e trabalhadoras em educação estiverem devidamente imunizados com a 2ª dose e/ou dose única das vacinas e com a preservação do prazo para garantir maior eficácia contra o vírus. A decisão da categoria baseia-se também no número insuficiente de técnicos educacionais que garantam a higienização antes e após utilização dos banheiros e bebedouros, conforme orienta o MEC.

 

A CUT e o Sintero defendem que haja fiscalização nas instituições de ensino de todos os municípios, antes do retorno presencial, com manifestação dos órgãos competentes para que atestem se o ambiente educacional tem condições de receber toda a comunidade escolar sem oferecer riscos à saúde.

 

Neste momento, com mais de 557 mil mortes no Brasil alertamos que a vida deve ser prioridade. Qualquer discurso que contrarie esta afirmação deve ser considerado crime com saúde pública.